sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Grávidas que bebem prejudicam vida dos filhos

Conclusão é de estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP de RP.

Cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto são enfáticos: grávidas que consomem bebidas alcoólicas prejudicam a vida dos filhos. E o pior é que, a cada dia, nascem mais crianças com problemas mentais.

A USP realizou um estudo sobre os riscos da chamada “síndrome álcoolica fetal”, que reduz o tamanho do cérebro da criança. A conclusão foi a seguinte: a mulher que ingere álcool durante a gravidez aumenta em 36% as chances de ter um filho com problemas mentais.

Uma mulher que não quis se identificar descreve o problema que ocorre atualmente com sua filha. “Ela não ganha peso e tem muitas pneumonias, além de ser uma criança agressiva”, disse.

Os pesquisadores analisaram 900 alunos de Associações dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) e concluíram que 50% dos problemas mentais têm causas genéticas. A outra metade vem de fatores externos, ligados ao comportamento das mães.

Se as deficiências mentais causadas por fatores genéticos estão mais distantes do controle da medicina, as geradas pelo consumo de drogas e álcool são 100% e, por isso, podem ser totalmente evitáveis. O problema é que 25% das mulheres que participaram da pesquisa disseram que continuaram a usar drogas ou a ingerir álcool durante a gravidez.

Em uma favela em Ribeirão Preto, agentes de saúde descobriram vários casos assim. “Minha prima tem 15 anos e está grávida. Ela tomava cerveja mas ainda não parou totalmente. Sempre converso com ela sobre isso”, diz uma dona de casa que se identificou somente como Gisele.

A informação é o primeiro passo, mas, às vezes, falar é pouco. Os mesmos médicos que fizeram a pesquisa agora se unem num alerta: é preciso agir. “O Brasil precisa entrar na fase da prevenção, ou seja, nós não podemos ficar somente reabilitando os deficientes, com fisioterapia, fonoaudiologia... Não vai haver fisioterapeutas e fonoaudiólogos suficientes para atender à quantidade de deficientes que estão sendo produzidos no Brasil”, diz o geneticista João Monteiro de Pina Neto, professor de Medicina da USP.
Na rede pública de saúde, já existem serviços de acompanhamento de grávidas. “Há uma capacitação de todos os profissionais para fazer isso”, explica Maristela Carbol Patta, coordenadora do Centro de Saúde Escola da USP.

Mas, na avaliação dos pesquisadores, a abrangência é falha e, por vezes, quem mais precisa de cuidados, acaba ficando sem. “Esse atendimento existe, mas é falho e não é direcionado para estas mulheres, que têm o vício e estão engravidando“, afirmou a médica geneticista Lisandra Mesquita Batista.

Para o médico geneticista Daniel Fantozzi Garcia, além da falta de informação, há um problema social envolvido. “Muitas usam o álcool para compensar um quadro depressivo e não sabem que isto traz um problema para o feto. O importante é a gente ter em mente, que das causa ambientais, o ácool seria 100% prevenível. É só abolir o uso do álcool na gravidez.”

in notícias eptv.globo

Um comentário:

Anônimo disse...

bom comeco