Crianças tratadas de leucemia têm maior risco de desenvolver tumores
A leucemia é um tipo de cancro das células do sangue que incide mais frequentemente em crianças. Actualmente, a maioria dos casos de leucemia, quando detectados precocemente apresenta altas probabilidades de cura, com total restabelecimento da saúde da criança doente. Porém, deve-se salientar que as modalidades de tratamento para estes tumores são bastante agressivas.
Crianças e adolescentes curados de leucemia correm mais risco de desenvolver outro tipo de cancro até 30 anos após o tratamento, segundo pesquisa divulgada no Journal of the American Medical Association.
O estudo realizado por médicos do St. Jude's Children's Research Hospital, nos Estados Unidos, analisou 2.169 pacientes tratados de leucemia mieloblástica entre 1962 e 1998. Entre os 1290 que se curaram completamente, 9,5% desenvolveram um segundo cancro posteriormente. Isso ocorreu, em maior escala, após 30 anos de remissão da leucemia.
Revelaram os pesquisadores norte americanos que ainda é pouco conhecido o risco real de ocorrerem novos tumores, após longos períodos (15 a 20 anos) do tratamento de leucemias nas crianças. O objectivo da pesquisa foi justamente quantificar este risco, bem como identificar quais os tumores que ocorreram com maior frequência neste grupo de indivíduos.
Segundo os autores do estudo, isso é atribuído principalmente ao desenvolvimento tardio de um tumor ligado ao cérebro e à medula espinhal, sendo que esse tipo de tumor “desenvolve-se muito lentamente”. Os tumores mais comumente identificados nestes casos são cancros das células sanguíneas, linfomas, tumores cerebrais, tumores da pele e das partes moles (sarcomas).
Assim, os autores concluem que os indivíduos que receberam tratamento para leucemia na infância, constituem um grupo de risco para o desenvolvimento de tumores na idade adulta, devendo, portanto, ter um adequado acompanhamento.
in Journal of the American Medical Association, Março de 2007
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